A ansiedade, um dos males contemporâneos, tem se tornado cada vez mais prevalente em nossa sociedade. Diante desse cenário, a busca por estratégias eficazes de gerenciamento e redução dos níveis de ansiedade torna-se imperativa. Os psicólogos da Universidade de Miami os doutores Davis, e Michael E. McCullough, (2020) juntamente com o dr. Robert A. Emmons, da Universidade da Califórnia, desempenharam um papel importante na pesquisa sobre gratidão. Em uma de suas pesquisas, solicitaram a todos os participantes que redigissem algumas frases semanalmente, focando em tópicos específicos.
Um dos grupos dedicou-se a registrar momentos pelos quais se sentiram gratos durante a semana. Um segundo grupo optou por documentar as irritações cotidianas ou situações desagradáveis, enquanto o terceiro grupo registrou eventos que os impactaram, sem necessariamente enfatizar o caráter positivo ou negativo dessas experiências. Após um período de 10 semanas, os participantes que se dedicaram à prática da gratidão demonstraram uma perspectiva mais otimista e uma sensação de bem-estar superior em relação às suas vidas. Surpreendentemente, esse grupo também exibiu maior engajamento em atividades físicas e apresentou uma frequência menor de consultas médicas em comparação com aqueles que concentraram seus registros nas fontes de desagrado.
Outro pesquisador o Dr. Martin EP Seligman, psicólogo da Universidade da Pensilvânia, conduziu um estudo avaliando o impacto de várias intervenções de psicologia positiva em 411 indivíduos, cada um deles comparado a uma tarefa de controle que consistia em escrever sobre memórias antigas. Durante a semana designada para escrever e entregar pessoalmente uma carta de gratidão a alguém que nunca havia sido devidamente agradecido por sua gentileza, os participantes manifestaram imediatamente um substancial aumento nos índices de felicidade. Este impacto superou o de qualquer outra intervenção, apresentando benefícios que perduraram ao longo de um mês.
Um estudo longitudinal conduzido por Wood, Maltby, Gillett, Linley e Joseph (2008) proporcionou insights importantes sobre a prática contínua da gratidão. Os participantes que mantiveram um diário de gratidão por várias semanas demonstraram reduções significativas na ansiedade em comparação com o grupo de controle. Esse achado sugere que a incorporação consistente da gratidão na rotina diária pode ter impactos duradouros na redução da ansiedade.
Além dos dados comportamentais, estudos de neuroimagem também têm contribuído para a compreensão dos mecanismos subjacentes. Pesquisas lideradas por Korb (2017) indicam que a prática da gratidão ativa áreas do cérebro associadas a emoções positivas, reduzindo a atividade em regiões vinculadas à ansiedade. Esse cruzamento entre dados comportamentais e neurocientíficos fortalece a argumentação sobre os impactos positivos da gratidão na redução da ansiedade. Outro aspecto relevante é a relação entre gratidão e resiliência emocional. Um estudo de Bono et al. (2013) apontou que a gratidão desempenha um papel fundamental na promoção da resiliência contra a ansiedade. Indivíduos que cultivam a gratidão tendem a desenvolver uma perspectiva mais otimista diante dos desafios, contribuindo para a construção de uma barreira emocional protetora.
Os dados apresentados sugerem que a prática da gratidão está associada a uma redução significativa nos níveis de ansiedade. Seja por meio de registros diários, reflexões ou exercícios específicos, incorporar a gratidão na rotina pode ser uma estratégia eficaz para melhorar a saúde mental e promover o bem-estar emocional. Portanto, considerando a crescente prevalência da ansiedade, a adoção da gratidão como uma prática habitual pode representar uma ferramenta importante na jornada de muitos em direção à tranquilidade emocional.